Divulgação
O financiamento público de campanha deve ser a principal bandeira do Partido dos Trabalhadores durante o debate sobre a reforma política. É o que defende a senadora Regina Sousa (PT-PI). Para ela, o apoio a iniciativas menos rígidas – como as doações feitas apenas por pessoas físicas – não resolve um dos principais problemas do uso de verbas privadas em campanhas: a corrupção.
“Neste momento, o PT tinha que fincar pé no financiamento público, chamar parceiros e ir pra rua. Essa bandeira pode ser o elo para nos reaproximar de segmentos da sociedade que são muito importantes para nós e que também defendem a mesma causa”, diz a senadora, citando entidades importantes como Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) como instituições que também apoiam o fim das doações privadas.
Segundo a senadora, apesar do Partido dos Trabalhadores ter lançado, há alguns meses, uma campanha de mobilização para a realização da reforma – por meio de um abaixo-assinado –, a dinâmica política “atropelou” as propostas de reforma do PT, tais como voto em lista e financiamento exclusivamente público, entre outros. “No primeiro momento, todos foram chamados. Eu mesma fui pra rua em favor do abaixo-assinado, mas, após todos esses acontecimentos envolvendo o meio político, o partido não nos chamou mais para discutir isso”, relata senadora, acrescentando que o PT já deveria ter convocado as suas direções e os seus parlamentares para fechar uma proposta.
A parlamentar considera “hipocrisia” a afirmativa de que não se deve utilizar dinheiro público para financiar campanhas, uma vez que o uso de recursos privados favorece esquemas de desvios de verbas para partidos e parlamentares, como os identificados na Petrobras por meio da operação Lava Jato, da Polícia Federal, e mais uma infinidade de escândalos trazidos ao conhecimento público pela Polícia Federal. “O financiamento privado é a raiz de todos esses escândalos”, afirma a senadora.
Regina acredita que a restrição aos recursos privados irá mudar todo o processo eleitoral brasileiro, como, por exemplo, a fiscalização do emprego de recursos e o acompanhamento mais estreito sobre quem cumpre e não cumpre a legislação vigente.
“Os recursos utilizados nas eleições devem ser os do fundo partidário. Quem tem que fazer a campanha é o partido, não o candidato”, defende a senadora ela.
Fonte: ASCOM Liderança do PT no Senado/Carlos Mota
Nenhum comentário:
Postar um comentário