24/08/2018

Fórum do Forró debate importância do registro do gênero musical como patrimônio cultural imaterial

A luta para tornar o forró como patrimônio cultural imaterial brasileiro chega a Teresina com a realização do I Fórum do Forró de Raiz que  está acontecendo desde ontem (23), no  Conselho de Cultura do Estado. O encontro tem como objetivo fortalecer a ação da Associação Cultural Balaio do Nordeste, da Paraíba que desde 2011 aguarda o registro de reconhecimento do Iphan.
Voltado aos forrozeiros, o Fórum está promovendo o debate de várias temáticas do forró, o músico Vagner Ribeiro, o produtor cultural Chagas Vale, o jurista e presidente da Academia Piauiense de Letras Nelson Nery Costa e o músico Ivan Silva são os palestrantes do encontro que estão mostrando a importância do forró na cultura e na identidade nacional
A coordenadora Geral do Fórum Nacional, Joana Alves explica que que o resultado desses fóruns regionais em diferentes estados está sendo recolhido insumos importantes para o processo, compondo um dossiê sobre o Forró de Raiz.
“Trata-se de uma vasta documentação, que inclui registros audiovisuais, pesquisa etnográfica e inventário. O material será entregue ao Iphan. Em seguida, caso o órgão emita parecer favorável ao registro, o processo será submetido ao seu Conselho Consultivo, que toma a decisão. Se ela for favorável, o forró é inscrito no Livro de Registro das Formas de Expressão do Iphan e recebe o título de “Patrimônio Cultural Imaterial””, explicou.
Joana conta que o trabalho de busca por esse reconhecimento acontece há oito anos e que além dos registros para serem entregues ao Iphan, os debates também  tem como objetivo despertar nos artistas a salvaguarda.
“Já fomos a João Pessoa, Recife, Alagoas, Aracaju, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo para mobilizar ações junto a políticos, entidades públicas e a comunidade forrozeira. É preciso que todos participem para sermos ouvidos pelo Iphan. Até hoje, o forró não recebeu esse reconhecimento, porque é preciso que as pessoas se manifestem para que o instituto as ouça, com esse registro os forrozeiros terão direitos e deveres e também haverá políticas públicas voltadas para esse segmento musical tão importante”, finalizou Joana.
A abertura do evento, aconteceu ontem e contou com a presença do presidente do Conselho de Cultura, Cineas Santos, o superintendente do Iphan, Fábio Ferreira e o presidente da Fundação Monsenhor Chaves Luís Carlos. A primeira palestra foi dada pelo música Ivan Silva. Músicos, dançarinos e produtores culturais estão marcando presença do evento que encerra hoje com a palestra do mestre em música Vagner Ribeiro.
Em suas palavras, Cineas Santos falou da importância da preservação do forró raiz para a identidade do povo nordestino. “O mercado consome o que chamamos de forró de plástico, e não temos nada contra isso, mas o forró raiz deve ser preservado. Vejo um evento como o Folguedos que foi anunciado agora a sua programação, não há nenhum artista que canta o forró tradicional. Não podemos deixar isso acontecer, e com o registro do Iphan, haverá políticas públicas que irão garantir a permanência do forró raiz nas programações culturais”.

Maria Luiza Barreto
Jornalista

Nenhum comentário: