Infelizmente, casos de violência e abuso sexual contra crianças e adolescentes são mais comuns do que se imagina. Pensando nisso, a psicóloga do Hapvida Anna Lívia Soares alerta os pais para os cuidados que devem ter com os filhos e os indicativos que eles dão de que podem estar sendo vítimas desse tipo de violência. "A possível mudança no padrão de comportamento das crianças é um fator facilmente perceptível, pois costuma ocorrer de maneira repentina e brusca, se a criança nunca agiu de determinada forma e, de repente, passa a agir, se começa a apresentar medos que não tinha antes, ou então mudanças extremas no humor, a criança era extrovertida e passa a ser muito introvertida, era calma e passa a ser agressiva, essa mudança também pode se apresentar com relação a uma pessoa específica, o possível abusador, ou a uma determinada atividade em particular", indica.
A profissional do Hapvida revela que em muitos casos, a criança pode demonstrar rejeição em relação ao abusador, neste caso, é preciso usar o bom senso para identificar quando uma proximidade excessiva também pode ser um sinal. "A regressão também pode ser um sinal, que é o recorrer a comportamentos infantis, que a criança já tinha abandonado, mas volta a apresentar de repente, como fazer xixi na cama ou voltar a chupar chupeta, ou ainda começar a chorar sem motivo aparente. Começam a ter segredos, para manter o silêncio da vítima, o abusador pode fazer ameaças de violência física e promover chantagens para não expor fotos ou segredos compartilhados pela vítima", explica.
Diante desse quadro grave, Anna Lívia Soares aponta que também é comum que usem presentes, dinheiro ou outro tipo de benefício material para construir a relação com a vítima. A profissional sintetiza que a criança ainda pode vir a apresentar uma sexualidade bem evidente, ou seja, quando uma criança que nunca falou de sexualidade começa a fazer desenhos em que aparecem genitais ou começa a fazer brincadeiras de cunho sexual. "Há também os sinais mais óbvios de violência sexual, casos que deixam marcas físicas, é interessante ficar atento também a possíveis lesões que possam aparecer, roxos ou dores e inchaços nas regiões genitais. A negligência familiar também coloca a criança em uma situação de maior vulnerabilidade, por exemplo, uma criança que passa horas sem supervisão ou que não tem o apoio emocional da família, com o diálogo aberto com os pais e também a negligência no sentido de muitas vezes o abuso sexual vir acompanhado de outros tipos de maus tratos que a vítima sofre em casa", frisa.
Na luta para prevenir essa violência, a psicóloga do Hapvida orienta que o diálogo sempre é o mais importante para criar essa relação de confiabilidade entre a criança e sua família, orientar a criança a não permitir que pessoas a toquem, toquem nos seus órgãos genitais e fugir de abordagens suspeitas (nos casos de adolescentes). "Importante também que, quando a criança tentar falar alguma coisa, que ela se sinta ouvida e acolhida. Que nunca o adulto questione aquilo que ela está contando, ou que tente responsabilizá-la por algo ocorrido", complementa.
AI COMUNICAÇÃO
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