SAÚDE
Síndrome hipertensiva que acomete até 8% das gestantes, a pré-eclâmpsia exige uma série de cuidados médicos, de modo a evitar complicações durante a gravidez, garantindo a segurança materna e do bebê. O especialista Henderson Retrão, obstetra do Hospital Rio Poty, explica como o problema surge e quais pacientes podem ter maior predisposição à doença.
“A causa da doença ainda é desconhecida e pode estar relacionada a fatores placentários, imunológicos, alterações inflamatórias ou endoteliais, predisposição genética, fatores nutricionais e estresse. As pacientes que podem ter maior predisposição são as com idade materna superior a 35 anos e menor que 18 anos, obesas, gestação gemelar, história familiar ou pessoal de pré- eclampsia, diabetes, lúpus, hipertensão arterial crônica e trombofilias”, esclarece o especialista.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a pré-eclâmpsia é responsável por 14% dos casos de óbito materno no mundo, sendo que no Brasil é atualmente a principal causa de óbito nessa população. O obstetra ressalta que a realização do pré-natal é imprescindível para evitar que a doença evolua para formas mais graves. “A pré-eclâmpsia pode evoluir para formas mais graves como a eclâmpsia (hipertensão associada a convulsão), podendo gerar risco de morte para a mãe e para o feto, sendo importante o diagnóstico precoce. Além da rotina de pré-natal, as gestantes com risco de desenvolver a doença devem se consultar com mais frequência, controlar o peso, aferir a pressão com mais regularidade e realizar exames para pesquisa de proteinúria”, indica.
O especialista orienta que depois de instalada a doença, medidas como repouso, dieta pobre em sódio, sedativos ou medicações hipotensoras podem ser utilizados com intuito de prevenir as crises convulsivas, controlar o crescimento e vitalidade do feto e postergar a interrupção do parto, evitando as complicações associadas a uma possível prematuridade. “É importante salientar que a pré-eclâmpsia regride espontaneamente após a retirada da placenta”, disse.
Henderson Retrão aponta que as gestantes devem procurar seu ginecologista antes de engravidar para avaliação clínica, comparecer a todas as consultas de pré-natal e seguir rigorosamente as orientações. Fazer exercícios físicos orientados, reduzir o sal nas refeições e lembrar sempre que a pré-eclâmpsia é uma doença insidiosa que pode ser assintomática e evoluir da forma leve para a forma complicada, desde que não haja os cuidados necessários.
AI COMUNICAÇÃO
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