01/12/2016

Cajueiro Rei

RELATOS DE MORADORES

Divulgação

'Nós alguns moradores das redondezas do “Cajueiro Rei”, que foi recém descoberto, que ocupa o posto de maior Cajueiro do mundo, por meio desta nota, expressamos aqui nossa indignação com alguns fatos ocorridos recentemente. A título de conhecimento, é importante ressaltarmos que o Cajueiro Rei antes de ter sido tombado como patrimônio público, pertencia a alguns habitantes que durante muitos anos, cuidaram e colheram os frutos da arvore. Pessoas essas que nunca receberam nenhuma indenização, e muitos menos a promessa de que viriam a receber'.

Um fato que chamou atenção das autoridades e que chegou a afetar pessoas que não tinha nada haver com o ocorrido, foi à construção de uma estrada para dá acesso a um terreno particular próximo ao Cajueiro Rei. Para fazer a estrada, foram cortados alguns galhos da referida arvore, que até então justifica a preocupação das autoridades, mas não justifica a atitude de um fiscal do SPU (Secretaria do Patrimônio da União), que de forma autoritária, chegou ao local coagindo pessoas que não tem nada a ver com a situação, afirmando a estes que seriam retirada toda e qualquer cerca na proximidade do patrimônio, incluindo terrenos que pertencem a uma determinada família há mais de 100 anos, passado de geração a geração, e usados para plantação e criação de animais. Ao ser questionado pelo morador sobre o plantio ali existente, disse a este para colher, e que se ali não tivesse energia, talvez nem teto ele tivesse pra morar. Senhor fiscal, certamente o senhor não tem uma família, não sabe o que trabalhar de domingo a domingo, e muitos menos a certeza que tem pessoas dependendo do seu esforço e daquela terra, não é?

Sobre ordens do fiscal, foram retiradas as cercas existentes, deixando em aberto à parte que dava acesso ao terreno da família citada a cima, deixando exposta e em risco as plantações, bem como os animais, e violando desta forma um Direito Fundamental, que é a privacidade.
Existem dois pontos irônicos que podem ser mascarados em meio a esta confusão: a primeira é que muitas áreas de região marítima foram vendidas para pessoas de fora da cidade, que possuem elevado poder aquisitivo, que aparentemente não tiveram restrições quanto à compra do terreno e nenhum outro tipo de prejuízo, enquanto que os nativos, mais merecedores que qualquer outros é que estão sendo prejudicados. A outra ironia é que o “Cajueiro Rei” cuja entrada é vendida, é uma grande farsa, pois toda a beleza que é divulgada representa apenas a parte inicial do Cajueiro. O Cajueiro tido como “REI”, acumula em alguns pontos de sua extensão, uma significativa quantidade de lixo. Porque falar em preservação, se esta é feita de forma superficial? Porque antes de vender uma propaganda enganosa, não buscam promover e incentivar a preservação do monumento?
Este texto não busca confrontar ou denegrir a imagem do Cajueiro e tampouco dos envolvidos. Objetivas apenas esclarecer e mostrar a realidade de quem não tem “voz” para relatar a sua versão, além de procurar respostas para tantas omissões.

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