Para criador de camarão, formol é bussulfito de sódio
A substância química é utilizada para lavar o camarão e não deixar a cabeça com cor preta.Roberta Gomes/ Imirante
Foto: Biaman Prado/ O Estado
SÃO LUÍS - Na última segunda-feira (18), a Vigilância Sanitária do Estado divulgou que uma amostra de camarão, vinda de Cururupu, poderia estar contaminada com formol. Os indícios foram constatados pelo Laboratório de Tecnologia Química da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).Na terça-feira (19), o criador de camarão Norton Sampaio, do município da Raposa, na Ilha de São Luís, conversou com o Imirante e declarou que os indícios encontrados na amostra analisada deve ser a substância bissulfito de sódio. A substância, segundo Norton, é utilizada na lavagem do camarão a uma dosagem de 00.1% por litro de água. O objetivo é não deixar a cabeça do camarão ficar preta. "Essa substância, nessa dosagem, é permitida pela Organização Mundial de Saúde. [...] O que ocorre é que alguns criadores, talvez por engano, ou desaviasados, podem ter colocado a mais, o que provocou a identificação desses indícios", frisou.
Segundo Norton Sampaio, a substância, que é em pó, ao ser diluída na água pode ser confundida com formol. "Quando diluída ela parece com formol sim", afirmou. Ele confirmou, ainda, que alguns criadores ou vendedores podem acabar utilizando a substância além do permitido para tentar aproveitar o camarão que já esteja estragando.
Sem confusão
Sobre a possibilidade de haver uma "confusão" entre o formol e o bissulfito de sódio, o superintendente da Vigilância Sanitária, Arnaldo Muniz Garcia, ressaltou que se houve um engano sobre a substância, mesmo assim, a dosagem é de risco para a saúde e também um problema. Contudo, ele reforça que o laudo do laboratório da UFMA indica presença de formol. "Mesmo que fosse bissulfito de sódio em excesso, isso seria perigoso porque ele deixa como resíduo o dióxido de enxofre, que é prejudicial. Se você for ler nas legislações, essa substância em grande quantidade também provoca óbitos, por exemplo", frisa.
Uma das constatações que levaram o criador de camarão Norton Sampaio a achar que estão confundindo as substâncias é a falta de metodologia para identificar a presença de formol em alimentos. "O laboratório da UFMA não tem metodologia para isso. E ainda não há uma contra-prova, que é necessário nessa análise de amostras. Eu acho que estão confundido as substâncias", comenta.
Arnaldo Garcia, da vigilância, ainda na entrevista de segunda-feira, ao Imirante, revelou que não há, realmente, uma metodologia específica para essas análises. "Isso porque não pode ser utilizado o formol em nenhum alimento", justificou. De acordo com ele, uma metodologia está sendo desenvolvida pelos técnicos da UFMA para que essa análise seja mais precisa. "Estamos avaliando qualitativamente mais amostras e vamos fazer as análises quantitativas depois do resultado dessas", completou o superintendente.
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