"El Chapo" Guzmán: O traficante mais poderoso da América Latina
Joaquín Guzmán Loera, líder do Cartel de Sinaloa, é dono de uma fortuna avaliada em US$ 1 bilhão e atua em mais de 40 países
Foto: AP
Joaquín Guzmán Loera, conhecido como "El Chapo Guzmán", é visto na prisão de segurança máxima de Almoloya de Juárez, perto da Cidade do México, em 10 de junho de 1993
Joaquín Guzmán Loera – ou “El Chapo”, como é conhecido (algo como “O Pequeno”) – é considerado o traficante mais poderoso do México e de toda América Latina. É também o mais procurado: o governo mexicano estipulou em US$ 2 milhões a recompensa por informações sobre seu paradeiro, enquanto os EUA, em US$ 5 milhões.
Cabeça-chave do Cartel de Sinaloa (também chamado de Cartel do Pacífico, que surgiu da divisão do Cartel de Guadalajara, o primeiro do país), “El Chapo” Guzmán tem relações em mais de 40 países e controla 3,5 mil empresas em todo o mundo – segundo informações da União Europeia e da lista de controles de ativos dos EUA. Seu cartel é responsável por 45% do tráfico e da produção de drogas no México.
Preso em 1993 por assassinato e crime organizado, Guzmán fugiu em 19 de janeiro de 2001 dentro de um caminhão e nunca mais foi capturado. Investigações apontam que a fuga da prisão de segurança máxima “Puente Grande”, no Estado de Jalisco, foi depois pelo suborno milionário de autoridades e funcionários da penitenciária. Desde a fuga, o local foi apelidado de “La Puerta Grande”.
Especialistas em crime organizado afirmam que Guzmán vem conseguindo se safar por apoiar-se na corrupção que assola diversos setores do governo mexicano. Em 2002, passou muito perto de ser recapturado. Fugiu instantes antes de 200 policiais cercarem a fazenda onde estava. A aposta é de que “El Chapo” tenha sido avisado por algum agente do governo sobre a operação.
Relatórios da Secretaria de Segurança Pública do México apontam o Cartel de Sinaloa como o mais poderoso, mais bem estruturado e mais protegido por policiais e militares. A organização atua nos Estados de Sonora, Tamaulipas, Nuevo León, Michoacán, Sinaloa, Jalisco, Estado do México e Guerreiro.
Foto: Arte/iG
Cartéis de drogas do México contornam a ofensiva do Estado e expandem atividade por meio de alianças
Guzmán deu início a seu cartel nos anos 80 e assumiu a liderança no país após a prisão de Gallardo, em 1989, quando assumiu parte de seus territórios e poderio. O antigo chefão continua preso até hoje e com a saúde bastante debilitada.
“El Chapo” não está sozinho. Na liderança do maior cartel de drogas figuram os dirigentes Ismael “El Mayo” Zambada, Ignacio “El Nacho” Coronel e Juan José Esparragoza, “El Azul”. Eles buscam se apoderar dos Estados de Tijuana e Mexicali, duas das regiões mais cobiçadas pelos barões da droga.
Em maio de 2008, Guzmán sofreu um golpe forte. Durante um tiroteio em frente a um bar em Culiacán, capital de Sinaloa, Édgar Guzmán, filho do “Chapo”, foi assassinado aos 20 anos. O confronto aconteceu com integrantes do bando dos irmãos Beltrán Leyva – antigos parceiros e atuais inimigos de Guzmán – e intensificou a guerra entre os dois grupos que perdura até hoje.
Como uma figura mítica, Guzmán faz parte do repertório popular mexicano. É herói de piadas e histórias que parecem absurdas, como a de seu terceiro casamento com uma jovem de 18 anos. A festa atraiu centenas de pessoas e teve a presença de políticos e a proteção de policiais. “El Chapo” é também personagem de músicas do gênero “Narco Corrido”, uma derivação do tradicional corrido, só que em vez de cantar a vida dura dos mexicanos, narram a rotina dos traficantes.
*A repórter viajou a convite do Santander Universidades
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