28/03/2025

PF desmantela organização criminosa de falsificação de cigarros e trabalho análogo à escravidão

 O grupo investigado falsificava e comercializava cigarros produzidos com o emprego de trabalho análogo a escravidão, tráfico de cidadãos paraguaios e diversos outros crimes.

Na manhã desta última quinta-feira (27/3) a Polícia Federal deflagrou a Operação Libertatis 2 com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa armada e transnacional, especializada no comércio ilegal de cigarros por meio do domínio de regiões e da imposição de violência e medo.

Com o apoio de uma equipe da PRF foram cumpridos 21 mandados de prisão preventiva, 26 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de medida cautelar diversa da prisão, incluindo a suspensão das funções de um policial rodoviário federal. Além dos mandados judiciais, também foram emitidas ordens de bloqueio, sequestro e apreensão de bens, avaliados em cerca de R$ 350 milhões. Dentre eles estão imóveis, veículos de luxo, criptomoedas, dinheiro em espécie, valores depositados em contas bancárias, entre outros. Doze pessoas foram presas.

A investigação, iniciada em fevereiro de 2023 em razão da descoberta três fábricas clandestinas de cigarros falsos, resgatou trabalhadores paraguaios em regime análogo à escravidão, no contexto da Operação Libertatis. O grupo criminoso falsificava cigarros, utilizava trabalho escravo e impunha violência para forçar comerciantes a adquirir e revender seus produtos. A organização também possuía células de segurança, com envolvimento de policiais militares, bombeiros e um policial federal, além de uma célula responsável pelo fornecimento de insumos e mão de obra escrava. Outro núcleo do grupo coordenava o transporte da mercadoria, incluindo um policial rodoviário federal.

Os lucros obtidos com os crimes eram lavados e enviados irregularmente ao exterior. O modus operandi da organização, que envolve o domínio territorial e a imposição de violência, é similar ao utilizado por grupos de exploração de jogos ilegais no Rio de Janeiro. R$ 48.000,00 foram apreendidos na residência de um dos alvos, em Duque de Caxias/RJ.

A investigação é resultado de um trabalho integrado entre a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (CIFRA) – órgão integrante da SEPOL/PCERJ – e da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP/MJSP), que contou com o apoio da Receita Federal.

Os investigados poderão responder pela prática dos seguintes crimes: organização criminosa; redução a condição análoga à de escravo; tráfico de pessoas; crime contra a saúde pública; fraude no comércio; sonegação por falta de fornecimento de nota fiscal; crime contra a relação de consumo; falsificação e uso de documento falso; violação de direito autoral; lavagem de dinheiro; e evasão de divisas.
Comunicação Social da PF no RJ

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