Entre quatro paredes vale tudo?
Psicóloga analisa até onde é possível ir com o parceiro sem perder o equilíbrio da relação
Dizem que vale tudo no amor e no sexo, e o universo da imaginação enche as lojas de sex shop mundo afora. Foi nesse tom que o filme e best-seller 50 Tons de Cinza, da autora inglesa Erika Leonard James, publicado em 2011, arrebatou milhares de fãs em todo o mundo. O enredo aborda a relação entre a estudante Anastasia Steele com o empresário Christian Grey, e tem um tom sadomasoquista. A psicóloga do Hapvida, Lívia Vieira fala sobre os limites de comportamento numa relação. “Os comportamentos só se tornam anormais ou patológicos, a partir do momento que causam sofrimento, dor psíquica, influindo na qualidade de vida das pessoas e em suas necessidades biofisiológicas, como, por exemplo, causando insônia ou inanição”, explica.
De qualquer forma, segundo a especialista, é preciso ter atenção ao começar um relacionamento, preocupando-se com limites e respeito ao espaço do outro. Porém, as restrições variam de acordo com o casal e os desejos de cada um. “Ninguém é dono ou propriedade de ninguém, não vale tudo no relacionamento, mas não podemos condenar aqueles que precisam se sentir dominados e que se saciam disso”, afirma.
Esse comportamento de dominação na história do filme também é refletido no relacionamento sexual dos personagens, que tem como base o sadomasoquismo, cujo prazer está ligado às questões de poder e domínio.
De acordo com Lívia Vieira, o sadomasoquismo possui implicações mais amplas do que o prazer sexual. Ela ressalta que o sadomasoquismo só pode ser avaliado como doença quando estiver impondo conflito, sofrimento, dor psíquica ou infelicidade. Ou seja, quando o parceiro não está aceitando esse tipo de relação, é que se constitui o conflito e, por consequência, algum problema que precisa ser avaliado.
AI COMUNICAÇÃO
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