Eleições 2020, estratégia de poder e dominação: polarizar! (*)
Mal saímos do pleito eleitoral de 2018 e já temos candidatos em campanha à sucessão municipal de Parnaíba. Foi dada a largada para as eleições de 2020. Nomes cansados de guerra, “velhos abutres da política”, nomes novos e outros nem tão novos começam a ser divulgados “despretensiosamente”. Para além dos nomes, deveriam mesmo era expor suas propostas ou não têm? Vale perguntar: qual é mesmo o seu plano pra Parnaíba? Você está pensando mesmo (agora) em trabalhar em favor da nossa gente?
Nada é mais nocivo aos parnaibanos do que se darem por satisfeitos com meras palavras e aparências! A cidade está numa “entressafra” de líderes políticos, onde muitos deles mofaram mergulhados na corrupção. Com pesar afirma-se que o capital ético da representação política foi dilapidado. O que está faltando e sempre faltou é uma elite dirigente com compromisso com a coisa pública, capaz de fazer na Parnaíba, no Piauí e no Brasil o que precisa ser feito: aplicar corretamente os recursos públicos!
A população vai exigir nas eleições municipais de 2020 que ingressem novos elementos ao debate. Chega de mentiras e corrupção! O momento exige renovação e é oportuno que se faça um balanço da política local. Ponto de partida: processo político deplorável, com uma representação de péssima qualidade, ressalvada raríssimas exceções! Os oportunistas não têm propostas, mas são especializados em estratégias para ganhar uma eleição ou como se comportar para se manter no poder. Na ordem do dia: marketing, acordos espúrios e fatiamento da máquina administrativa. Ocorre que desta vez as pessoas estão atentas e vão surpreender os desavisados!
Parnaíba quer sair da nuvem do fisiologismo que a encobre. Há um enorme desejo de se estancar a politicagem que impera. Onde o modo empregado nas ações e decisões, desses políticos por profissão, é tomado em troca de favores, favorecimentos e outros benefícios a interesses privados, em detrimento do bem comum. Está claro que a política foi usada a serviço dos grupos dominantes locais que se alternam no poder, há décadas, sem nenhuma preocupação com o bem estar das pessoas. O ciclo está fechando, nem tudo dura para sempre!
O Parnaibano não deseja mais um capítulo nefasto para a sua história política. Ele quer o fim dessa geração que governou a cidade e teve todas as oportunidades de fazer boas gestões, mas que decepcionaram e não honraram a confiança do voto recebido.
É fácil constatar isso, basta recolher o sentimento das pessoas que vivem longe das maquiadas avenidas São Sebastião e Pinheiro Machado. Não precisa se afastar muito do trecho nobre da cidade para comprovar que: em todo canto há seres invisíveis que formam a maioria das populações vulneráveis e empobrecidas desta cidade; pessoas que esperam um serviço de qualidade ou aguardam diálogo institucional em atendimento às mais diversificadas reivindicações comunitárias; condições precárias de funcionamento das unidades de saúde e de várias escolas; crianças e jovens sem perspectiva de futuro; usuários sendo submetidos a um sistema de transporte urbano alternativo e precário; a população obrigada a comer carne sem inspeção sanitária; o avanço das drogas e a escalada da violência; dentre outras mazelas impostas pela incompetência.
Na tensão entre o visível e o invisível, o jogo ambivalente da política se mostra nas tratativas dos que dominam a cena estratégica do poder, pois os arranjos e conchavos são constituídos e marcados entre o enunciado e o acordo que se faz atrás das cortinas!
Vamos rasgar as cortinas! O debate honesto sobre os rumos que se deseja para Parnaíba nos próximos anos quem verdadeiramente sabe são os parnaibanos. E desta vez eles não vão decidir por nós. A boa reflexão edifica e, muitas vezes, nos leva a pensar em muitas questões que não são postas à mesa, propositadamente.
A cidade clama por novos líderes! Porém um pacto se manifesta claramente entre as ditas famílias tradicionais e os políticos profissionais, onde a estratégia de dominação é a de polarizar a disputa entre nomes hegemônicos desta tradição. A sociedade já percebeu isso e está pronta para romper com esse ciclo nefasto! Quem disse que a Parnaíba não tem outras pessoas com capacidade e espírito público (que falta aos que já estiveram pela "Itaúna")? A CONFERIR EM 2020!
(*) Fernando A. L. Gomes, sociólogo, eleitor, contribuinte e cidadão parnaibano.
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