30 dias do governo Zé Filho: o interesse público se impondo diante o privado (*)
O governador Zé Filho a exatos trinta dias de mandato tem imprimido uma marca que a sociedade
piauiense há muito gostaria de ver ao longo de uma gestão que zelasse de fato pela coisa pública. segurança e saúde foram anunciadas como prioridades do seu governo. Uma boa escolha!
Uma simples decisão como a de instituir o brasão do Piauí, oficialmente, como marca do Governo
do Estado tem por objetivo resgatar os valores e qualidades que representam a formação e desenvolvimento do povo piauiense e também como forma de economia de gastos públicos. Isto mostra desprendimento e vontade de acertar. Talvez ele seja lembrado por isso mais que os produtos das agências de marketing dos ex-gestores.
Sem firulas e pirotecnias, características que marcaram outros governos, especialmente quando se aproxima um pleito eleitoral, o governador vai traçando seu estilo com foco numa gestão que agrada o povo piauiense, desde as elites ao mais inculto cidadão, expressamente aqueles incluídos na lista dos que desejam o bem comum ser protegido e cuidado com zelo.
Criterioso e comedido vem contornando as filas de candidatos e pretendentes a cargos no seu governo. Com habilidade está formando uma equipe que já recebe os elogios a partir da própria formação. O critério político se faz presente, mas não aceita a pura e simples imposição. O jeito Zé Filho de governar vai ganhando simpatia!
Esta semana ele adotou duas medidas que vão entrar para a história das decisões da administração
pública estadual, falo da convocação dos militares que emprestam seus serviços à segurança de autoridades de outros poderes e da determinação moralizadora de plotar os veículos locados a serviço do governo estadual, identificando-os e definindo que são contratados para “uso exclusivo em serviço”.
Se fosse um “petista” diriam: “nunca na história deste estado...”, mas o fato é que merece destaque pela coragem de se contrapor ao interesse individual de alguns privilegiados em detrimento do interesse público.
São mais de 1.000 militares que deveriam estar a serviço da nossa briosa Polícia Militar e assim à
nossa sociedade. Em tempos de crescimento desproporcional da violência, somando-se a pouca efetividade da ação policial em decorrência de diversos fatores que limitam e comprometem a sua missão, entre eles o déficit pessoal é que se pode dizer que foi acertada a atitude do governador.
Estas decisões trazem em si outras análises, tanto pelo aspecto moralizador quanto pelo novo
paradigma imprimido pela atual gestão, posto que o governador Zé Filho era visto por larga escala da população com muita desconfiança. A verdade é que poucos acreditavam na sua maturidade político-administrativa. Um governador que, apesar da pouca idade, ocupou cargos públicos importantes ao longo destes últimos 20 anos: foi vereador e prefeito da Parnaíba, deputado estadual, vice-governador e Presidente da FIEPI acumulando experiências que lhe permite, hoje, empreender o estilo austero e comprometido com a gestão que lhe foi confiada em tão pouco tempo.
Os desafios lhe cercam. É muito para ser feito em pouco tempo. A política tradicional adotada e
ainda muito forte no estado não avaliza as medidas moralizadoras. O passivo em todas as políticas públicas apresenta um quadro desolador. A imprensa, com raríssimas exceções, está sob a tutela de poucas famílias e de poucos amigos. A visão deturpada, quase generalizada, de que o governo é a “casa da mãe Joana”, onde tudo pode e poucos podem complementam um quadro sombrio!
É grandioso o desafio do governador, pois isso e outras mazelas impostas por um sistema que, historicamente, penalizou o nosso estado a ficar na condição de pobreza levando a maioria de seus filhos à falta de serviços básicos e essenciais em detrimento da usurpação do poder para poucos.
O Piauí não é pobre, está pobre! Nisso reside uma grande diferença. O governo como principal
indutor do desenvolvimento ganha uma posição de destaque. Por isso é importante tomar decisões em favor do povo, especialmente dos mais desprotegidos.
Assim, estimo que a sobriedade, a impessoalidade e o desprendimento até aqui imprimidos sejam
estendidos até 31 de dezembro, quiçá por mais 4 anos!!!
(*) Fernando Gomes, sociólogo, cidadão, eleitor e contribuinte parnaibano.
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