Transparência nuclear?
Heitor Scalambrini Costa
Professor da Universidade Federal de Pernambuco
Nas últimas semanas revelações surpreendentes sobre continuação da tragédia no complexo de Fukushima Daiichi, no Japão, ocuparam novamente os meios de comunicação de todo o mundo. Enormes quantidades de trítio, césio e estrôncio estão sendo despejados, e envenenando o Oceano Pacifico. Menciona-se a fabulosa quantidade de 300 toneladas de água radioativa por dia despejada.
O governo japonês durante muito tempo confiou na empresa operadora do complexo, Tokyo Electric Power, também conhecida como Tepco. Esta por sua vez, omitiu a existência deste vazamento de água altamente radioativa para o oceano. Este é um pesadelo que não tem fim. O dano que está sendo feito é absolutamente incalculável.
A cultura do segredo e a falta de transparência cercam as questões relativas ao nuclear, e o que acontece no Japão, acontece também em outras partes do mundo, inclusive no Brasil.
O que era denunciado, mas até então sem provas cabais, de que o governo ditatorial do Brasil, tinha interesse em fazer sua bomba atômica, veio à tona agora com a abertura de arquivos “secretos” do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA). Em reportagem recente no Jornal Estado de São Paulo, o jornalista Marcelo de Moraes relata que em 10 de junho de 1974, o general Geisel expôs em uma reunião do Alto Comando Militar, a preocupação do governo e dos militares, em relação ao fato de a Índia ter detonado uma bomba atômica, e à possibilidade de os vizinhos argentinos, também testassem um artefato nuclear. Defendeu então, a construção da bomba atômica brasileira.
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