03/11/2012

Preso no Maranhão lider do grupo de extermínio Navalha na Carne

Pelo menos 130 pessoas já foram assassinadas pelo bando, segundo a policia
Imparcial
Está em São Luís o paraense Mauro Reis Coelho, de 40 anos, o 'Mauro Pulan', suspeito de integrar um grupo de extermínio que já teria matado mais de 130 pessoas. Mauro foi preso e autuado em flagrante pela Polícia Rodoviária Federal do Maranhão e encaminhado à Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), em São Luís, para transferência ao presídio. A PRF local fez comunicado da prisão à polícia do Pará e encaminhou o homem à Polícia Civil da capital. 

"Transferimos o suspeito de Itapecuru para São Luís por questões de segurança, dada a ficha criminal dele. Vamos investigar se ele cometeu todos esses homicídios que lhe foram atribuídos e o envolvimento com grupo de extermínio", ressaltou o titular da Superintendência de Polícia Civil do Interior, delegado Jair Paiva. A polícia local também vai averiguar se há envolvimento de maranhenses com o suspeito.

Mauro foi detido por volta das 22h da última sexta-feira, por patrulheiros plantonistas da PRF no povoado São Francisco, em Itapecuru. A polícia apreendeu com ele uma carteira falsa de Policial Militar do Pará e um revólver da marca Magnum calibre 38, de fabricação norte-americana pertencente à Secretária de Segurança do Estado do Rio Janeiro. De acordo com depoimento prestado na Delegacia de Itapecuru, o destino de Mauro era São Luís, onde resgataria três caminhonetes arrematadas em um leilão e que ele afirma serem legalizados. Com ele estavam três rapazes que fariam o transporte das caminhonetes. Após serem interrogados os rapazes foram liberados por falta de provas de envolvimento em crimes.

Contra Mauro Pulan havia mandado de prisão expedido em vários estados. Segundo a polícia, ele seria líder do grupo de extermínio conhecido como Navalha na Carne, que atuava na região metropolitana de Belém (Pará). Segundo a polícia paraense, civis e policiais militares integram o bando. Contra eles há uma extensa lista de crimes como homicídio, cárcere privado, extorsão praticada por servidor público no exercício de sua função (concussão), latrocínio, comércio ilegal de entorpecentes, comércio ilegal de armas, falsidade ideológica, exploração de jogo de azar, sequestro e formação de quadrilha.

O grupo fazia os trabalhos de encomenda por valores dos mais variados, por vezes, não justificando o ato de matar. Segundo a polícia, a intenção era matar, não importava por quanto. Mauro Pulam, por exemplo, já chegou a cobrar R$ 50 para matar. O grupo passou a eliminar pessoas conforme a conveniência de quem encomendava o serviço. A própria quadrilha se autodenominava como liga da justiça, pois acreditavam fazer justiça eliminando desafetos, bandidos e realizando crimes por encomenda.

De acordo com as denúncias, o grupo Navalha na Carne foi criado por policiais militares e possuía outros integrantes civis. Em 2008, a polícia paraense conseguiu confirmar os fatos e iniciou investigação por meio da operação que leva o nome da quadrilha. No mesmo ano, a polícia havia confirmado 50 homicídios na região metropolitana de Belém atribuídos ao grupo. Os integrantes utilizavam, em alguns dos crimes, viaturas e armas de trabalho. Parte dos homicídios ocorreu no horário de trabalho dos policiais.

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