Triplicam queixas de vendas de imóveis do Minha Casa
Folha de S.Paulo
O número de queixas feitas no site Reclame Aqui contra construtoras que teriam vendido indevidamente imóveis pelo programa Minha Casa, Minha Vida triplicou nos últimos 12 meses, saltando de 205 para 615. As cinco empresas com o maior número de reclamações desse tipo, de acordo com o site, são MRV, Goldfarb (comprada pela PDG), Tenda, Direcional e Altana.
Segundo as reclamações, as empresas negociaram imóveis na planta informando aos compradores que as unidades obedeciam aos critérios do Minha Casa, Minha Vida --como o valor máximo (que é de R$ 170 mil para a capital e para a Grande SP).
Mas, apesar das informações, os consumidores descobriram que os imóveis não eram aprovados pela Caixa Econômica Federal na hora de abrir o financiamento e depois de terem pago parte do imóvel à construtora.
Algumas dessas queixas virtuais resultaram em processos na Justiça por "propaganda enganosa".
"Os imóveis custavam um pouco mais que o permitido, mas os vendedores nos disseram que, como a diferença seria paga na entrada, o financiamento estaria dentro do limite", afirma Fernando Alves, 26, que adquiriu uma das unidades com problemas em Barueri (30 km de SP).
Marcelo Tapai, advogado de Alves e de outros sete compradores, diz que os apartamentos valem R$ 175 mil. Ainda não houve decisão judicial para o caso.
Resposta
A Caixa Econômica Federal informou que o empreendimento da Goldfarb, em Barueri (30 km de SP), não faz parte do programa do governo "porque o valor das unidades ultrapassa o previsto".
Por e-mail, a PDG disse que o empreendimento tem "financiamento aprovado" com a Caixa --não citando o programa Minha Casa.
A Direcional Engenharia afirmou que "todos os empreendimentos comercializados pelo programa obedecem o teto do Minha Casa".
A MRV Engenharia também disse que "só coloca à venda pelo programa unidades que se enquadrem às regras". Já Tenda e Altana não responderam à reportagem até a conclusão desta edição.
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