Uruguai debate liberação do plantio de maconha no país
Folha de S.Paulo
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Montevidéu - País mais liberal das Américas em relação às drogas, o Uruguai estuda liberar o plantio da maconha para consumo pessoal.
No Congresso, o governo e a oposição debatem o tema. Foto web
Montevidéu - País mais liberal das Américas em relação às drogas, o Uruguai estuda liberar o plantio da maconha para consumo pessoal.
O objetivo é pôr fim a uma contradição no país de 3 milhões de habitantes: não é crime consumir, mas sim comprar e vender drogas (no Brasil, consumo, comercialização e cultivo são crimes).
A Constituição uruguaia reconhece os direitos em relação ao corpo e à vida, o que vale para fumar maconha.
Debatido desde o início dos anos 2000, o tema ganhou ainda mais força neste ano, após a prisão da ativista Alicia Castilla, 67 anos, detida por cultivar 29 plantas em casa.
"A questão é proporcionar ao usuário acesso legal à maconha, permitindo também sufocar o narcotráfico", disse ao jornal "Folha de S.Paulo" o deputado Sebastián Sabini, coautor do projeto da Frente Amplia, do governo esquerdista de José Pepe Muijica.
O texto prevê liberar o cultivo de até oito plantas por casa (que podem gerar até 2 kg da droga), limita em 25 gramas a quantidade que o cidadão pode portar e cria associações de cultivo controladas pelo Estado.
O segundo projeto não estipula limites para o cultivo, mas endurece as penas para o tráfico de drogas.
Segundo dados do governo, 40% dos processados por posse de maconha foram flagrados com menos de dez gramas. Cerca de 12% dos uruguaios consomem ou já consumiram a droga.
Até agora, poucas vozes são contrárias ao projeto. A mais conhecida é a organização Amor Exigente, que atua com familiares de dependentes. "O projeto facilita o consumo de drogas, e a conta virá depois", diz Eduardo Modernel, coordenador da ONG.
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