MP/PI quer ouvir Jivago Castro e ex-comandante do 8º BPM
Enquanto a Comissão Investigadora do Crime Organizado - Cico - se prepara para encerrar as investigações do Caso Fernanda Lages, o Ministério Público do Piauí - MP/PI - passa a trabalhar como Polícia Civil. Depois de ouvir a namorada do engenheiro Jivago Castro, promotores devem tomar novos depoimentos nesta sexta-feira. O promotor Eliardo Cabral confirmou que mais pessoas já ouvidas pelos delegados serão convidadas a prestar depoimento e o inquérito sobre a morte da estudante de 19 anos não será remetido para a Justiça antes da conclusão desses trabalhos.
Fotos: Thiago Amaral/Cidadeverde.com
Eliardo Cabral, Ubiraci Rocha e os peritos do Distrito Federal no aeroporto
Jivago é engenheiro da obra do Tribunal Regional do Trabalho - TRT/PI - por onde Fernanda Lages entrou no dia 25 de agosto e teve acesso à obra do Ministério Público Federal - MPF/PI -, ao lado, local onde foi achada morta. A mãe do engenheiro, Bizé Castro, esteve no MP hoje, mas não houve tempo para depoimento. Ela deve comparecer nesta sexta-feira para falar com os promotores. Além dela, o tenente-coronel Manoel Almeida, ex-comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar e um dos primeiros a chegar na cena do crime, também foi chamado. Recentemente, o comando da PM o mudou de função e alegou que o procedimento é rotineiro, não tendo a ver com declarações dadas sobre o caso.
Valéria Macedo, namorada de Jivago Castro, ao sair do MP
Quem depôs hoje foi Valéria Macedo, namorada de Jivago Castro e um de seus hálibis. Sobre o depoimento, os promotores Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha se resumiram a dizer que o dia foi "razoavelmente produtivo". Perguntados por jornalistas, preferiram não adiantar o que a jovem declarou. "Não temos interesse em esconder nada. Mas tem as coisas que tem sua hora", disse Eliardo Cabral, que brincou quando questionado sobre o motivo da convocação da namorada. "Eu sou muito curioso...". Valéria e Bizé foram acompanhadas por três advogados, entre eles Pedro Ivo Cordeiro, de um escritório do Distrito Federal. O carro que as transportou saiu do estacionamento privativo do MP. Nem ela ou seus defensores falaram com a imprensa.
Jivago Castro também será chamado para depor, assim como outras pessoas já ouvidas pela Polícia. Os promotores não confirmam quando acontecerão os depoimentos. Perguntado pelo Cidadeverde.com se o inquérito policial já é tratado com menor importância, pois o Ministério Público atua agora com seus próprios peritos e ouvindo testemunhas, Eliardo Cabral ficou calado e disse que não irá polemizar.
Cabral e Rocha saíram do MP sem falar com os jornalistas, mas foram abordados enquanto almoçavam no aeroporto de Teresina no início da tarde, ao lado dos peritos Antônio Jorge Lunard e Moizes Marques Filho, do Ministério Público do Distrito Federal, que embarcaram pouco tempo depois para o Acre, sem comentar nada com os jornalistas. Em meio a copos de cajuína, Eliardo Cabral apenas garantiu que a presença deles em Teresina foi de extrema importância. Ele destacou que os profissionais chegaram ao Piauí com um "olhar diferente" e vão continuar contribuindo com os trabalhos, podendo inclusive retornar para a capital piauiense.
Fábio Lima
fabiolima@cidadeverde.com
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