Dilma sabia de tudo nos Transportes, diz diretor
Folha de S.Paulo
BRASÍLIA -- Luiz Antonio Pagot, diretor afastado do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), disse ontem, em depoimento na Câmara, que "tem convicção absoluta" de que a presidente Dilma Rousseff "sabia de tudo" o que se passava no Ministério dos Transportes.
Suspeitas de superfaturamento e fraudes em obras levaram à queda do ex-ministro Alfredo Nascimento.
Depois da sessão, jornalistas perguntaram se Dilma também tinha conhecimento de irregularidades nas obras. "É claro", respondeu Pagot.
O diretor do Dnit mudou de tom em relação ao seu depoimento no Senado, no dia anterior, quando evitou polêmica. Ontem, ele afirmou que até 2009, como chefe da Casa Civil, Dilma coordenou as reuniões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) sobre obras em rodovias federais, muitas sob suspeita de superfaturamento.
Depois, ela se afastou por causa do câncer, mas continuou a ser informada. "Até outubro de 2009, tenho convicção absoluta de que ela sabia de tudo. Depois, quando estava em campanha, não estava mais no dia a dia.
Segundo Pagot, a primeira reunião sobre as rodovias do PAC 2 foi no último dia 24, quando Dilma levou um "susto" ao verificar aumento de preços nas obras. Ela teria dado prazo para a reavaliação dos contratos, mas demitiu a cúpula dos Transportes antes.
O Planalto não quis comentar as declarações.
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