09/05/2011

Se a moda pega

Paciente paga conta negada por plano

Folha de S.Paulo
Ao receberem a negativa de pagamento dos planos de saúde por materiais já usados em cirurgias e em internações, os hospitais têm repassado a conta para os pacientes.
Esse é o caso do desempregado Oscar dos Anjos Pereira Filho, 65 anos. Em setembro de 2010, ele teve um AVC (acidente vascular cerebral) e, cinco dias depois, sofreu um infarto ainda dentro do hospital. Sobreviveu a ambos, mas, dois meses depois, recebeu em casa uma conta do São Camilo, hospital da zona oeste da capital, dizendo que deveria pagar R$ 39.204.
No hospital, foi informado de que o valor era referente a três stents (material para desobstruir artérias entupidas) usados durante a internação. O plano dele, Unimed Paulistana, havia se recusado a pagar o valor ao hospital, diz.
Foram dois meses de reclamações ao Procon até que o plano se entendesse com o hospital e pagasse a conta.
Ao cobrar o paciente, o hospital espera que ele recorra à Justiça, ao Procon ou à ANS (agência de saúde), para obrigar o plano a pagar. Assim, o hospital recebe mais rápido do que se fosse discutir a pendência com o convênio.
A reportagem ouviu relatos de seis pacientes que passaram por esse problema em diferentes operadoras e hospitais. Há também cobrança de valores menores, como gases (R$ 4,74), compressas estéreis (R$ 57,38), faixas especiais (R$ 80) e bisturi (R$ 158).
Órgãos de defesa do consumidor dizem que a recusa dos planos em pagar o material é irregular. Mas, os hospitais também não deveriam envolver o consumidor. Hospitais costumam fazer o paciente assinar um termo, na entrada, em que ele se responsabiliza a pagar pelo que o convênio não cobrir, o que é ilegal.
Em nota, a ANS afirmou que "os hospitais não devem fazer o usuário assinar um documento se responsabilizando pelo pagamento da conta caso a operadora não o faça".

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