15/03/2011

Prefeitura rejeita denúncia de possível criadouro do mosquito

Local é suspeito de acasalar o mosquito Aedes Aegipty - fonte transmissora da Dengue
Júnior Catita - Especial - 18h 32

Este local está infestado 

Por inúmeras vezes o proprietário de um imóvel no km 7 da BR 343 próximo do bairro Sabiazal - de nome Rochinha - comunicou aos órgãos de saúde em Parnaíba que um poço e um tonel dentro de sua propriedade continha larvas e, era uma fonte de produtividade de criadouros e infestação pelo Aedes aegypti, vetor da dengue - fato que lhe deixou preocupado.
O PC durante as imagens ficou um pouco preocupado por que as muriçocas no local quase não nos deixaram fotografar. 

Rochinha fez a denúncia há pelo menos 25 dias na sede da Funasa em Parnaíba e mandaram ele procurar a prefeitura - onde lá lhe prometeram - através de um funcionário da saúde identificado por Luciano -  um peixe denominado "Barrigudinho", espécie de exterminador da larva e dos ovos - já que os produtos químicos capaz de matar os mosquitos e seus adjacentes estavam em falta.
A Água parada estava em movimento mas com umas espécies se mexendo - talvez as larvas
Local do possível criadouro - visto que até hoje nenhum órgão público da saúde em Parnaíba se manifestou em averiguar o caso. 


ENTENDA O QUE ESSE PEIXE É CAPAZ DE FAZER


Luiz Carlos Guilherme - Nordeste Rural


O barrigudinho é chamado também de buchudinho, lebiste, guarú-guarú ou guppy (Figura 1). É um peixe muito comum no Brasil, que conta com mais de três dúzias de espécies. Estes peixes não crescem muito, ficam no máximo com quatro centímetros, vivem bem em córregos e pequena coleção de água de pouca profundidade; são rústicos e resistem à variações no ambiente; além disso, reproduz muito rápido, o que facilita a sua disseminação e sobrevivência. Seu alimento principal é a larva do mosquito conhecido como muriçoca, que vive na superfície da água.
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Figura 1: Buchudinhos
O emprego destes peixes no controle de larvas de mosquitos, no Brasil foi muito difundido no final da década de 1930, porém com a adoção dos inseticidas, esta prática perdeu espaço. No entanto, no inicio do ano 2002, alguns pesquisadores do Instituto de Genética e Bioquímica (INGEB) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) acompanharam a capacidade de controle de larvas em ambientes com e sem peixe. Firmou-se um convênio entre a UFU e a Secretaria Municipal de Saúde. A seguir, o Centro de Controle de Zoonoses identificou os locais onde havia maior possibilidade de proliferação dos mosquitos e começou a testar os resultados obtidos nos laboratórios, no dia a dia do combate às larvas de muriçocas. Esta ação recebeu o nome de Projeto Dengoso.

As muriçocas que transmitem doenças como a dengue alimentam-se do nosso sangue. Ao picar-nos, elas introduzem os parasitas que vão causar a doença. Portanto, o combate às muriçocas é importante para não contrairmos este tipo de doença. As fêmeas de muriçocas realizam a postura de ovos, em locais contendo água parada, que se transformam em larvas e depois em pupa e adultos (Figura 2). Nas fases de larvas e pupas os buchudinhos alimentam-se delas.
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Fig 2: Ciclo de vida do Mosquito
Aedes Aegypti
Em nossas casas, nos quintais, varandas e garagens podemos manter pequenos reservatórios como bacias de plástico, baldes etc, com água para criação e reprodução dos buchudinhos. Estes reservatórios também servirão de local apropriado para a postura de ovos pelas muriçocas cujas larvas, ao se desenvolverem nestes recipientes, serão comidas pelos peixes. As vasilhas com os peixinhos ficarão espalhadas junto às plantas da varanda ou no interior das residências. Não se pode trocar a água das vasilhas, mas apenas completar o volume uma vez na semana e usar água da torneira que não vem direto da rua. Não há necessidade de se utilizar nenhum tipo de produto vendido nas lojas de aquários, como bombinhas de aerar ou produtos químicos (anticloro, antifungo, etc).

Em Parnaíba – PI já foram identificadas por técnicos da EMBRAPA MEIO-NORTE, três populações de buchudinhos. Uma delas apresenta grande potencial para o controle destes insetos, uma vez que, foi localizada vivendo em ambiente degradado de áreas alagadas, próximo ao centro da cidade. Esta população é uma candidata promissora para ser utilizada na zona rural e urbana do município, como mais uma ferramenta de ajuda no controle das larvas dos mosquitos. É necessário que a comunidade se informe sobre o uso destes peixes. Nesse sentido propomos um programa de criação de buchudinhos nas escolas de Parnaíba, de modo que os alunos possam se tornar pequenos criadores e difusores da idéia e dos peixinhos como controladores biológicos das larvas de muriçocas.

A reprodução dos buchudinhos é muito simples e pode ser acompanhada pelos estudantes. Eles se reproduzem todo mês, produzindo até 40 filhotes (chamados de larvas) por vez. Estas larvas desenvolvem dentro de ovos que ficam guardados no abdomen da mãe. Após o nascimento crescem um pouco e se transformam nos alevinos que são os peixinhos com a forma dos adultos.

Os professores das escolas de Parnaíba interessados em desenvolver o Projeto Dengoso junto aos seus alunos, deverão entrar em contato com a EMBRAPA MEIO-NORTE
sac@cpamn.embrapa.br para receberem mais informações a respeito da criação dos peixinhos.


*Pesquisador Embrapa Meio-Norte

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