Patrocinadores da Olimpíada do Rio-2016 e da Copa de 2014 fizeram doações na eleição de 2010 para o PC do B, partido do ministro do Esporte, Orlando Silva Jr..
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Sérgio Lima-29 |
Orlando Silva, ministro dos Esportes, durante uma entrevista |
O ministério participa da elaboração de leis que darão benefícios aos parceiros comerciais dos dois eventos. Ainda atua em negociações com a Fifa e o COI (Comitê Olímpico Internacional).
Levantamento da Folha mostra que o PC do B recebeu R$ 940 mil de patrocinadores da Olimpíada e da Copa, contra nada no pleito de 2002.
Os doadores foram a Coca-Cola, o McDonald's e o Bradesco. As duas primeiras empresas são patrocinadoras dos dois eventos, e o banco, apenas dos Jogos do Rio.
O dinheiro foi dado ao Comitê Financeiro Único do PC do B em três Estados: Amazonas, São Paulo e Rio. O que faturou mais foi o da a capital fluminense, sede da Olimpíada e da decisão da Copa.
A Coca-Cola deu a maior fatia do dinheiro. Principal subsidiária da empresa no Brasil, a Recofarma Indústria do Amazonas Ltda. doou R$ 450 mil aos comunistas.
A Rio de Janeiro Refrescos Ltda., distribuidora na capital do Rio, deu R$ 100 mil.
A empresa é a mais interessada nos eventos: está garantida no rol de patrocinadores principais da Fifa (até 2022) e do COI (até 2020).
O PC do B recebeu R$ 350 mil do Banco Alvorada, controlado pelo Bradesco.
No final do ano passado, o banco ganhou a concorrência para prestar os serviços financeiros e de seguros para a Olimpíada de 2016.
A Arcos Dourados Comercio Ltda., nome do McDonald's no Brasil, doou R$ 40 mil aos comunistas.
A rede de alimentação é patrocinadora oficial da Olimpíada desde 1976 e tem contrato até pelo menos Londres-2012. No caso da Copa do Mundo, seu contrato vem desde 1994 e está em vigor.
As doações dos três patrocinadores olímpicos representam em torno de um sétimo do total ganho pelo PC do B nos Estados de São Paulo, Rio e Amazonas (sede da Coca-Cola), os que mais arrecadaram na última campanha.
Feito em conjunto pelo Esporte e pela Casa Civil, a Lei do Ato Olímpico deu exclusividade a esses e outros parceiros do COI no uso de espaços de publicidade em áreas federais relacionadas aos Jogos-2016, como aeroportos. Foi aprovada no Congresso.
A versão em estudo da Lei Geral da Copa, da qual o Ministério do Esporte também participa da gestação, prevê também limites de áreas exclusivas para patrocinadores da Fifa. Ainda determina prisão para quem tentar fazer marketing pirata com a Copa.
Essas medidas estavam nas garantias dadas pelo governo à Fifa e ao COI em negociações das quais o ministério de Orlando Silva Jr. também participou. São imposições para receber os eventos.
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